terça-feira, 9 de junho de 2020

As 5 melhores pinturas sobre magia e mitologia de John William Waterhouse



John William Waterhouse (1849 - 1917) foi um pintor inglês, conhecido pelas suas obras no estilo pré-rafaelita. Mesmo que na arte britânica este fosse um estilo fora de moda há décadas, recebendo também influência de seus contemporâneos, os impressionistas. Suas obras eram conhecidas por representações de mulheres da mitologia grega, das obras de Shakespeare, e de lendas medievais, como a do Rei Arthur.
Selecionamos aqui algumas de suas melhores obras com referências mitológicas ou místicas, todas com personagens predominantemente femininos, como era característica do pintor:

Hilas e as ninfas (1896)



A cena aqui retratada faz parte da lenda grega dos Argonautas, nome dado aos tripulantes da nau Argo, que partiu em busca do Velocino de Ouro. Hilas era um dos argonautas e, durante uma parada em Misia (Ásia menor), foi atraído pelas Naiades, ninfas dos lagos e fontes. Héracles, também argonauta, abandonou a expedição para tentar encontrá-lo, e enquanto discutia com as Ninfas por causa do rapaz, o Argo partiu deixando-o. Ao final da viagem a nau foi consagrada à Netuno.

Circe oferecendo o cálice para Ulisses (1891)


Circe era, na mitologia grega, uma feiticeira, em versões racionalizadas do mito, uma especialista em venenos. Também aparecia como uma deusa ligada à feitiçaria, assim como sua mãe Hécate. Waterhouse faz referência na pintura ao encontro de Ulisses e Circe, na Odisseia de Homero. Na epopeia, Circe oferece vinho e iguarias aos companheiros de Ulisses, para depois transformá-los em porcos. Ulisses, ajudado por Hermes, não cai no mesmo feitiço e recebe a hospitalidade da deusa.

Ulisses e as sereias (1891)


Depois de sair da ilha de Circe, Ulisses passaria pela costa da ilha das sereias. Ela então o aconselhou a cobrir com cera o ouvido de seus marinheiros, de modo que não ouvissem o canto enfeitiçado, e a amarrar-se no mastro dando instruções a seus homens para não o libertar até ter passado o perigo. O interessante nessa pintura é que Waterhouse representa as sereias conforme eram descritas na Grécia antiga, seres mistos de pássaro e mulher, diferente do que conhecemos hoje. Entretanto, não se deve confundir as sereias gregas com as harpias. Estas nada cantam, são criaturas horrendas e sua fama está em raptar crianças e almas.

A sereia (1901)


Aqui o pintor representa a visão atual da sereia, que suplantou a ideia da mulher-pássaro ao longo da Idade Média, a começar pelas regiões do Mediterrâneo. A transformação pode estar relacionada ao desenvolvimento da navegação que permitiu viagens pelo alto mar, onde entendemos atualmente como local das sereias, longe das rochas costeiras em que elas ficavam na versão da antiguidade.

O círculo mágico (1886)


É evidente a presença da temática da magia nesta pintura, sendo um dos trabalhos da fase inicial do pintor. A figura retratada aparenta ser uma bruxa ou sacerdotisa, com a pele morena de uma mulher de origem do Oriente Médio e vestes de guerreira grega ou persa. Em sua mão esquerda ela segura uma foice em forma de crescente, relacionando-a com a lua e Hécate. Com a varinha em sua mão direita ela desenha um círculo mágico de proteção em volta dela. Fora do círculo a paisagem é seca; um grupo de gralhas ou corvos e um sapo (associados com a feitiçaria) ficam do lado de fora, mas dentro de seus limites há flores e a própria mulher, símbolos de beleza.






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