Os teólogos da Idade Média descreveram a vida a após
a morte em todos os seus detalhes, especificando cada nível em que as pessoas
de acordo com suas índoles e submissão a Cristo chegariam depois de deixar o
plano físico.
O Céu seria o estado
máximo que uma alma humana poderia alcançar; apenas os justos tementes a Cristo
poderiam chegar a esse nível, tido como o da felicidade plena. Já os pecadores
de boa índole, aqueles sem pecados muito graves e que tinham aceitado em vida
os dogmas religiosos da igreja, estava destinado o purgatório, um lugar onde as
pessoas receberiam um fogo purificador
que faria suas almas se tornarem puras o bastante para adentrar o paraíso. Mas
para os incorrigíveis, estava reservado o inferno, a prisão eterna um lugar de
tormento e ranger de dentes.
Mesmo com todas essas
explicações, ainda havia uma dúvida: para onde iriam as almas dos bebês não
batizados? Pois, mesmo que esses recém-nascidos não tivessem nenhum pecado,
eles ainda não tinham sido lavados
pelo batismo cristão e, como todos os seres humanos, eles carregavam a marca do
pecado original, pois, quando adão
comeu do fruto proibido, todos os seres humanos se tornaram pecadores, e o dogma da Igreja Católica diz que o batismo é
necessário para a salvação, seja batismo de água, de sangue ou de desejo.
Por esse questionamento no século III o teólogo
Santo Agostinho sugeriu que como os bebês não tinham pecados para serem
purgados, mas ainda sim carregavam a marca do pecado de Adão, eles seriam
condenados a penas mais leves, surgindo assim o Limbo, um lugar
sem sofrimento que como o próprio nome sugere fica as margens, nesse caso do
Inferno, ou como a igreja Católica se referiu “um lugar fora dos limites do céu, onde se vive de forma esquecida e
sem a visão plena da eternidade e privado da visão beatificada de Deus”.
Não havia apenas esse
limbo, segundo os estudiosos dessa época existia outro lugar destinado a não
cristãos de todos os matizes, outro para os patriarcas,
pessoas justas que creram no Messias, mas que viveram antes da época de Jesus e
por isso morreram em situação de pecado, porém para estes estavam aguardando no
limbo, ou como é escrito na bíblia o seio de Abraão, que após a morte redentora
de Cristo, este desceu ao Limbo e levou as almas dessas pessoas para o céu.
Retornando ao tema dos
bebês, São Tomás de Aquino acreditava que as crianças eram felizes nesse lugar
que seria uma espécie de creche espiritual, pois elas ignoravam quão mais
felizes poderiam ser caso tivessem se batizado e conhecido a Deus.
Observações
Não se mencionava se os
bebês se desenvolviam fisicamente após chegar ao limbo, ou amadureciam.
Em 20 de abril de 2007
a igreja Católica enterrou definitivamente esse conceito de limbo. A Comissão
Teológica Internacional da Igreja Católica afirmou que o Limbo reflete uma
visão “excessivamente restrita da Salvação” (N. da T.)
No Mormonismo As crianças até 8
anos de idade, são consideradas puras e limpas de qualquer pecado
através das expiação e Jesus Cristo. Todos os que morreram sem conhecimento
deste evangelho, que o teriam recebido caso tivessem tido permissão de aqui
permanecer, serão herdeiros do reino celestial de Deus; também, todos os que
morrerem daqui em diante sem conhecimento dele, que o teriam recebido de todo o
coração, serão herdeiros desse reino; Pois eu, o Senhor, julgarei todos os
homens segundo suas obras, segundo o desejo de seu coração que teriam aceitado
se fossem vivos terão oportunidade de receber no mundo dos
espirituais (lugar temporário onde o espírito é levado até o momento da
ressurreição).
No
protestantismo acredita-se que todas a crianças são puras e por isso em caso de
morte iriam para o céu, o entanto, há denominações que creem em predestinação,
logo as que nasceram para o Céu iriam para esse e os para o inferno para o
mesmo, e diferente do catolicismo os evangélicos apenas batizam os que tem
plena consciência em abdicar do pecado.