terça-feira, 9 de junho de 2020

Limbo - A Creche Espiritual dos Bebês Azarados





Os teólogos da Idade Média descreveram a vida a após a morte em todos os seus detalhes, especificando cada nível em que as pessoas de acordo com suas índoles e submissão a Cristo chegariam depois de deixar o plano físico.

O Céu seria o estado máximo que uma alma humana poderia alcançar; apenas os justos tementes a Cristo poderiam chegar a esse nível, tido como o da felicidade plena. Já os pecadores de boa índole, aqueles sem pecados muito graves e que tinham aceitado em vida os dogmas religiosos da igreja, estava destinado o purgatório, um lugar onde as pessoas receberiam um fogo purificador que faria suas almas se tornarem puras o bastante para adentrar o paraíso. Mas para os incorrigíveis, estava reservado o inferno, a prisão eterna um lugar de tormento e ranger de dentes.

Mesmo com todas essas explicações, ainda havia uma dúvida: para onde iriam as almas dos bebês não batizados? Pois, mesmo que esses recém-nascidos não tivessem nenhum pecado, eles ainda não tinham sido lavados pelo batismo cristão e, como todos os seres humanos, eles carregavam a marca do pecado original, pois, quando adão comeu do fruto proibido, todos os seres humanos se tornaram pecadores, e o dogma da Igreja Católica diz que o batismo é necessário para a salvação, seja batismo de água, de sangue ou de desejo.

Por esse questionamento no século III o teólogo Santo Agostinho sugeriu que como os bebês não tinham pecados para serem purgados, mas ainda sim carregavam a marca do pecado de Adão, eles seriam condenados a penas mais leves, surgindo assim o Limbo, um lugar sem sofrimento que como o próprio nome sugere fica as margens, nesse caso do Inferno, ou como a igreja Católica se referiu “um lugar fora dos limites do céu, onde se vive de forma esquecida e sem a visão plena da eternidade e privado da visão beatificada de Deus”.

Não havia apenas esse limbo, segundo os estudiosos dessa época existia outro lugar destinado a não cristãos de todos os matizes, outro para os patriarcas, pessoas justas que creram no Messias, mas que viveram antes da época de Jesus e por isso morreram em situação de pecado, porém para estes estavam aguardando no limbo, ou como é escrito na bíblia o seio de Abraão, que após a morte redentora de Cristo, este desceu ao Limbo e levou as almas dessas pessoas para o céu.

Retornando ao tema dos bebês, São Tomás de Aquino acreditava que as crianças eram felizes nesse lugar que seria uma espécie de creche espiritual, pois elas ignoravam quão mais felizes poderiam ser caso tivessem se batizado e conhecido a Deus.

Observações

Não se mencionava se os bebês se desenvolviam fisicamente após chegar ao limbo, ou amadureciam.

Em 20 de abril de 2007 a igreja Católica enterrou definitivamente esse conceito de limbo. A Comissão Teológica Internacional da Igreja Católica afirmou que o Limbo reflete uma visão “excessivamente restrita da Salvação” (N. da T.)

No Mormonismo As crianças até 8 anos de idade, são consideradas puras e limpas de qualquer pecado através das expiação e Jesus Cristo. Todos os que morreram sem conhecimento deste evangelho, que o teriam recebido caso tivessem tido permissão de aqui permanecer, serão herdeiros do reino celestial de Deus; também, todos os que morrerem daqui em diante sem conhecimento dele, que o teriam recebido de todo o coração, serão herdeiros desse reino; Pois eu, o Senhor, julgarei todos os homens segundo suas obras, segundo o desejo de seu coração que teriam aceitado se fossem vivos terão oportunidade de receber no mundo dos espirituais (lugar temporário onde o espírito é levado até o momento da ressurreição).

No protestantismo acredita-se que todas a crianças são puras e por isso em caso de morte iriam para o céu, o entanto, há denominações que creem em predestinação, logo as que nasceram para o Céu iriam para esse e os para o inferno para o mesmo, e diferente do catolicismo os evangélicos apenas batizam os que tem plena consciência em abdicar do pecado.



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