Idolatria no sentido
religioso é o ato de venerar ao atribuir um aspecto divino a todo ser animado ou
inanimado que não foi estabelecido pela religião vigente. Ou seja, qualquer
adoração alheia ao Deus estabelecido é considerada pecado ou em outras épocas
ou em sociedades teocráticas, um crime, como era o caso do Judaísmo onde o
pecado da idolatria era punível com o apedrejamento.
O Sol, a Lua e todos os
outros astros e estrelas foram os primeiros objetos de adoração. Fragmentos de
meteorito também foram muito buscados e venerados como deuses, sendo o mais
famoso que temos hoje A Pedra Negra
também conhecida como Caaba, um lugar
atualmente sagrado apenas para os mulçumanos, mas que antes de Maomé era ponto
de adoração de 365 divindades de várias religiões, onde peregrinos de todas as
crenças, inclusive cristãos, faziam oferendas. Pois acreditam que aquilo era
uma mensagem do(s) Deus(es). Outra história interessante é sobre a pedra
sagrada de Delfos, na Grécia Antiga, ela era ungida com óleos, envolvida em fina
lã e decorada com uma coroa, pois se pensava que o próprio Zeus havia lançado
essa pedra do Olimpo para marcar o cento do mundo.
A idolatria foi uma
prática totalmente aceita pelas religiões politeístas que após o surgimento do
monoteísmo foi criminalizada, no entanto, o ser humano sempre atribuiu uma
visão espiritual ao mundo, antes mesmo que se estabelece o pensamento religioso
que de certa forma contribuiu para a consolidação social dos povos; a prática
do animismo, que também pode ser considerada idolatria apesar de nesse
pensamento haver mais uma conexão com espiritual do que propriamente adoração,
essa filosofia foi a base para o surgimento das religiões panteístas que deram
inicio ao pensamento religioso e também as filosofias que usam esse pensamento
(para ler o texto sobre animismo clique aqui). Com isso, pode-se concluir, que
apesar de parecer estranho ao mundo ocidental a adoração de mais de uma
divindade ou atribuir o sagrado a objetos, esse pensamento foi muito importante
para consolidação da identidade dos povos mais antigos.
Atualmente podemos
analisar a idolatria com uma visão mais humanística, esta que pela conjuntura
social em que vivemos, acaba sendo aceita até nos meios religiosos, pois,
apesar de não atribuirmos aspectos divinos as coisas, acabamos criando certa
adoração a objetos e pessoas (leia o texto sobre o culto a personalidade
clicando aqui); uma adoração no sentido de dependência,
que diferente dos pagãos que pelo seu grande número de deuses e objeto e modos ritualísticos
acabavam por ter uma cultura mais rica fazendo com que todo tipo de arte fosse
mais valorizado, nós por outro lado, nos tornamos cada vez mais padronizados e
com uma cultura global baseada no Ter.
Arrisco-me a dizer que o Dinheiro é o
Deus moderno, não só em seu aspecto natural, mas em tudo aquilo que ele possa
representar, desde aparelhos da moda até celebridades (algo interessante de se
notar é que em vários vídeo-clips de cantoras pop podemos ver um verdadeiro culto ao dinheiro, e há uma vertente de
economistas que se referem ao mercado financeiro como O Deus Mercado). Diferente dos povos antigos que buscavam a
iluminação e as respostas para a existência, mesmo que de forma simples. O
homem atual, independente de sua religião, se tornou idolatra do materialismo e o consumo é seu ritual.
Por isso, por mais que
seja difícil para você compreender a crença de uma pessoa, ou o motivo dela ter
tantos deuses, a respeite, pois a espiritualidade e até mesmo a não
espiritualidade é algo pessoal e deve ser preservado. O conhecimento humano
pode ainda não ter uma resposta para as questões metafísicas, mas a pluralidade
de pensamento e o conflito saudável de ideias têm si mostrado o melhor e mais
rápido caminho para o desenvolvimento humano.