Durante quarenta dias permaneceu o Dilúvio sobre a terra; cresceram as águas e ergueram a arca, que ficou elevada acima da terra. – Gênesis VII, 17
Muitas pessoas conhecem a história bíblica sobre o dilúvio. Mas poucos
sabem que essa história não é algo exclusivo das escrituras judaico-cristãs,
mas sim um relato que aparece em diversas outras civilizações e culturas, até
mais antigas que esta. E claro a ciência também tem suas hipóteses sobre o
assunto.
Aquele que deve viver!
Segundo o velho testamento Deus estava descontente com a humanidade e
decide aniquila-la, no entanto, resolve poupar o único homem bom da terra, Noé,
e para isso o manda construir uma arca para que se salve do dilúvio. Além de
salvar um casal de cada animal.
Em alguns livros sagrados indianos encontramos a história de Manu um asceta,
que recebe a visita do Deus Vishnu que aparece para ele em forma de peixe e o
avisa sobre a iminência de um dilúvio. Após o aviso manda-o construir uma
embarcação e que além de se salvar ele colocaria todas as espécies de animais
que habitam a superfície. Também vale ressaltar que em algumas versões Manu
solta uma ave que volta com um ramo no bico...
Os relatos não acabam por aí, muitos antropólogos e historiadores atribuem à
versão bíblica a fusão de dois textos, um sumério e outro babilônico. Onde na
versão suméria Noé se chama Zjusudra e na babilônica ele é Utanapishtim (uma
coisa é certa, Noé é bem mais fácil de falar, talvez por isso essa versão seja
a mais conhecida...)
A visão científica
Nós
sabemos que cada povo, em cada tempo, sempre interpretou as coisas a sua forma,
utilizando seus recursos e seus conhecimentos, atualmente fica fácil julgar a
ignorância de certos povos antigos, mas também devemos saber que a explicação
mística e religiosa tem seu valor cultural. E por meio dela muitas pessoas,
principalmente arqueólogos, se inspiraram para suas pesquisas. Em 1929 o Dr.
Leornard Wooley durante escavações no sítio arqueológico na antiga cidade de Ur
na Suméria encontrou uma camada argilosa de mais de dois metros de espessura e
depois de análises concluiu que aquilo se deu por causa de um grande acúmulo de
água. E fora isso em cidades babilônicas durante outras escavações revelaram
essa mesma camada sedimentar que mostra a ocorrência de uma possível inundação.
Mas diferente dos relatos místicos que falam de um único dilúvio global,
os cientistas acreditam que além de não ter existido apenas um dilúvio este
também não foi global, já que seria algo totalmente irreal o mundo inteiro
inundado. E a hipótese mais aceita é a dos dilúvios cíclicos variando de região
e de tempos, estes que poderiam ser causados por fenômenos meteorológicos,
elevações de rios, tremores ou ao aquecimento das geleiras que aconteceram
cerca de 10mil e 5mil anos antes de Cristo.
Conclusão
Lembre-se, o dilúvio não foi algo
exclusivo de uma cultura e nem mesmo apenas do Oriente Médio e Índia, há vários
relatos na Ásia, Oceania e América. Ou seja, todas as pessoas interpretam o
mundo a sua forma, e por isso não devemos discriminar ninguém por suas crenças,
filosofia, modo de vida e etc. Com tanto que todos vivam em paz, não há motivos
para a intolerância.