terça-feira, 5 de maio de 2020

5 filmes quebram o arquétipo de bruxa má



Nos primeiros séculos de nossa Era, temos o início dos relatos de bruxaria e com isso o surgimento das tão temidas bruxas, ainda não como conhecemos, mas já de uma forma equivalentemente assustadora. Nas lendas gregas essa figura mitológica apresenta-se de forma animalesca como mulheres que voavam de madrugada, ávidas de carne e sangue humanos.
Na idade média, temos as servas de Satã, mulheres horríveis que serviram de base para diversos contos de fada e historias. E claro que depois da invenção do cinema esse ser mitológico tão magnifico não poderia ficar de fora, porém em muitas dessas histórias vemos um padrão falso e repetitivo, além de desmoralizante, que remonta um pensamento vindo da era medieval em que bruxas eram sinônimas de algo maléfico.
Ficou conhecido então aquele arquétipo da bruxa vilã, feia, nariz pontiagudo e com ódio de tudo que é puro, semelhante à famosa Bruxa Malvada do Oeste, do Mágico de Oz. Mas claro, nem todas as histórias caem nesse lugar comum e separamos alguns filmes aqui que são prova disso.

As Brumas de Avalon (The Mists of Avalon – 2001, Uli Edel)



Sinopse:  Adaptação do best-seller de Marion Zimmer Bradley, o filme relata a lenda do rei Arthur sob o ponto de vista de Morgana (Julianna Margulies), irmã de Arthur que foi separada deste para ser treinada por Viviane (Anjelica Huston), a dama do lago, para se tornar uma sacerdotisa de Avalon, que perde seu poder místico a cada dia. Portanto, a luta de Merlin e Viviane para manter a religião da Deusa viva tem de enfrentar  os obstáculos gerados por interesses pessoais e pela sede de poder de alguns.
Comentário: Esta é considerada por muitos a melhor versão da lenda do rei Arthur, que tira as personagens feiticeiras, especialmente Morgana, da visão maléfica tanto conhecida, mostrando seu ponto de vista sobre os acontecimentos, e enfatizando o momento de ascensão do cristianismo e a perca gradual de espaço da antiga sabedoria pagã e com isso a entidade daquele povo.

Jovens Bruxas (The Craft – 1996, Andrew Fleming) 


Sinopse: Três jovens de um colégio suburbano de Los Angeles tentam formar um pequeno coven bruxo, mas somente com a chegada de Sarah (Robin Tunney), uma bruxa de nascença, conseguem que o círculo seja completo. A partir daí, elas viram amigas e começam a praticar magia, mas sua falta de experiência leva as quatro meninas em apuros com consequências terríveis.
Comentário: O filme inspirou muitas jovens dos anos 90 que não conheciam nada sobre bruxaria, além dos clichês tanto difundidos. Ele foi baseado na wicca, com consultoria de Pat Devin, uma sacerdotisa Diânica, membro do Coven Ashesh Hekat. Apesar de alguns elementos terem sido mudados, como os crucifixos no lugar de pentagramas, no ritual da praia são usadas verdadeiras invocações wiccans (com algumas modificações, como por exemplo o nome de um deus fictício), o que provocou reações que assustaram a própria produção. Nas palavras do diretor: "quando tentávamos rodar a cena da praia, as ondas do mar ficavam mais intensas e chegaram a assustar as atrizes. No exato momento quando o personagem de Fairuza (Nancy), diz: "Manon me completa", caiu a luz e a cena teve que ser feita novamente. Foi algo muito estranho".

 Elvira: A Rainha das Trevas (Elvira: Mistress of the Dark – 1988, James Signorelli)



Sinopse:  Elvira (Cassandra Peterson) é a anfitriã de um programa de baixo orçamento sobre filmes de terror, mas tudo pode mudar quando ela recebe de sua tia uma herança, que a leva para a pacata cidade de Fallwell, onde encontra sérios problemas com a comunidade conservadora, que a acusa de bruxaria, e com seu tio, Vincent Talbot (William Morgan Sheppard), sedento por poder.

Comentário: Elvira é um clássico da sessão da tarde e tem uma ótima combinação de humor e referências do cinema de terror, como a nomeação do personagem Vincent Talbot em homenagem aos atores Vincent Price e Lyle Talbot. Além disso, a personagem Elvira já existia antes mesmo do filme, sendo anfitriã de sessões de terror na TV, como era feito muito antes por outras moças sexys e macabras, como a Vampira (Maila Nurmi).
         Quem tiver interesse de conhecer um pouco sobre esse programa de terror, recomendo o filme Ed Wood de Tim Burton.

Da Magia à Sedução (Practical Magic – 1998, Griffin Dunne)


Sinopse:  Sally (Sandra Bullock) e Gillian (Nicole Kidman) Owens são irmãs e bruxas que carregam uma terrível maldição de família: os homens por quem se apaixonam estão condenados à morte. Já adultas, elas decidem usar magia para quebrar essa antiga maldição.
Comentário: O filme é baseado no romance de 1995 do mesmo nome de Alice Hoffman, e veio acompanhando a onda de filmes dos anos 90 sobre bruxaria, mostrando personagens bruxas sem a visão deturpada dos contos de fadas, e como essas personagens têm de encarar desde cedo o preconceito e ignorância acerca de suas práticas.


 As Bruxas de Salém (The Crucible – 1996, Nicholas Hytner)
  


Sinopse: Em Salem, Massachusetts, 1692, algumas jovens provocam uma histeria coletiva que desperta uma cruel caça às bruxas. Uma delas, Abigail Williams (Winona Ryder), tinha se envolvido com John Proctor (Daniel Day-Lewis), um fazendeiro casado, quando trabalhou para ele, mas após o fim do caso foi despedida. Assim, desejava a morte de Elizabeth Proctor (Joan Allen), a esposa deste, e faz várias acusações até ver Elizabeth ser atingida.
Comentário: O filme retrata algo que realmente aconteceu. Trata-se de uma época dominada pelo Martelo das Bruxas, livro responsável pela perseguição contra tudo que não era cristão. Salem é o melhor exemplo das proporções de injustiça que uma paranoia pode tomar.




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