terça-feira, 9 de junho de 2020

Pecado Original - O Motivo Pelo Qual Nascemos Culpados




Grande parte da população sendo cristã ou não, conhece a história de Adão e Eva os primeiros pais da humanidade que viviam em lugar perfeito chamado o jardim do Éden. E neste lugar Deus havia ordenado que dentre todos os frutos que estavam ali, o único que não poderia ser comido era o que crescia na árvore da Ciência do Bem e do Mal.

Todos sabem o desfecho dessa história, que termina com a queda do ser humano, não apenas do casal bíblico, mas de toda a humanidade, que recebe a marca iníqua e passa a ser imperfeita e dependente da ação redentora de Cristo para que possa mais uma vez entrar em estado de perfeição e alcançar a glória de Deus.

O que poucos sabem é que esse conceito de pecado original e marca iníqua, que faz com que todos os seres humanos nasçam pecadores natos (leia o texto sobre O Limbo), indignos de ir para o céu, é que apenas no século III, o teólogo São Tomás Aquino apresentou essa teoria, pois até então se acreditava que todos nasciam puros.

Logo, os estudiosos daquela época disseram que a luxúria e a relação sexual transmitiam o pecado, e consequentemente cada pessoa se tornava pecadora por natureza, essa associação com o sexo, trouxe diversas interpretações do que seria o tal pecado original, uma das relações mais interessantes é do evangelista americano William Marrion Abraham (1909 -1965), que baseado em tradições apócrifas judaicas e gnósticas, ele afirmava ter recebido a revelação particular de que o Pecado Original teria sua origem no fato de Eva ter copulado com a serpente, a qual introduzira nas gerações humanas sua semente, dando origem à posteridade de Caim, a qual contaminou toda a humanidade.

A psicanálise também relaciona esse ato (pecado) ao sexo, porém a bíblia em diversos trechos incentiva o ato sexual, como na parte que diz, crescei e multiplicai, se o pecado fosse de fato o sexo, neste trecho Deus estaria incentivando sua continuação, por isso essa hipótese é amplamente descartada.

Mas ainda dentro da psicanálise, temos uma hipótese muito interessante, que retira o significado místico do evento e com uma óptica antropológica lhe dá um aspecto humanista compatível com a ciência, que diz: até atingir a fase da "civilização" o homem vivia no "estado de natureza", em oposição ao "estado de cultura", explicação essa totalmente compatível com o evolucionismo darwinista. O comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal seria o divisor de águas, ou seja, a ruptura da comunhão entre o ser humano e a natureza. A partir de então o homem passou a reconhecer-se como separado e independente da natureza, adquirindo consciência de sua morte e finitude, adotando valores, crenças e objetivos independentes da natureza. Deu-se a traumática transição do animal para o hominal, como definia Teilhard de Chardin.

Essa explicação antropológica é muito interessante, pois faz relação ao nome Árvore da Ciência do Bem e do Mal, assim demonstrando que o desenvolvimento humano foi o ponto chave para sair do estado de imaturidade mental e se distinguir dos outros animais, podemos até dizer que, a partir do momento que o homem em relação a essa teoria antropológica come do fruto proibido (sai do estado irracional), ele cria Deus e todos os outros métodos e dilemas sociais e individuais.

Mas para os crentes na bíblia, no século XII, acreditava-se que o batismo era a única forma de absolvição, pois, nas escrituras principalmente nas epistolas do apóstolo Paulo o pecado original é assim resumido: “Pois como o pecado entrou no mundo por um só homem e, por meio do pecado, a morte; e a morte passou para todos os homens, por que todos pecaram...”. Logo a ideia de perdão foi de suma importância para todas as vertentes do cristianismo. Este que só viria pelo batismo.

No islamismo e judaísmo não há a crença do pecado original (estas duas crenças tem a história de Adão e Eva como verdadeira), acreditam que todos nascem puros, apesar de receber o toque do Diabo, o que nos torna imperfeitos.

E no judaísmo o que se crê que foi passado de geração em geração foi o envelhecimento e a morte.

Compartilhe esse artigo :